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Endividamento do consumidor cai pelo segundo mês consecutivo
Em outubro, indicador recuou 0,7 ponto percentual ante setembro, segundo a CNC, como reflexo da melhora da perspectiva econômica. Inadimplência também registrou duas quedas na sequência
Caiu pela segunda vez consecutiva o número de brasileiros com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestação de carro e de casa, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Sua Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de outubro apresentou retração de 0,7 ponto percentual com relação a setembro, e apontou que 66,5% dos consumidores estão endividados. No comparativo anual, porém, o indicador registrou aumento de 1,8 ponto percentual.
Os sinais de melhora do índice, que chegou a alcançar a maior proporção da série histórica em agosto (67,5%), são reflexo da melhor perspectiva econômica, segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
“No entanto, ainda predominam incertezas sobre a sustentabilidade da retomada no médio prazo, principalmente quanto à capacidade de recuperação do mercado de trabalho e ao cumprimento das metas fiscais”, alerta.
A mudança nas trajetórias do endividamento com relação à renda se manteve em outubro. Entre as famílias que recebem até 10 salários mínimos, o percentual caiu pela segunda vez seguida, chegando a 68% do total – após ter alcançado o recorde de 69,5%, em agosto.
Entre as famílias com renda acima de 10 salários, esta mesma proporção teve o segundo aumento consecutivo, subindo a 59,4%. A redução do endividamento das famílias de menor renda nos dois últimos meses é um reflexo da diminuição dos valores dos benefícios emergenciais, o que exige mais rigor na organização dos orçamentos domésticos, afirma Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa.
"Já o aumento das dívidas entre as famílias com mais de 10 salários indica que elas estão, aos poucos, retomando o consumo”, indica Izis.
INADIMPLÊNCIA EM TENDÊNCIA DE QUEDA
O total de famílias com dívidas ou contas em atraso também apresentou a segunda redução consecutiva, caindo de 26,5%, em setembro, para 26,1%, em outubro. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, a proporção cresceu 1,2 ponto percentual.
A parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes teve ligeira retração, passando de 12%, em setembro, para 11,9%, em outubro. No mesmo período de 2019, o indicador havia alcançado 10,1%.
“Ambos os indicadores diminuíram para as famílias com menor renda”, destaca Izis.
Com relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua como a principal modalidade de endividamento para 78,5% das famílias. Na sequência, aparecem os carnês (16,4%) e o financiamento de veículos (10,7%).
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