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Copom corta Selic de 6% para 5,5% ao ano
Taxa de juros agora está em um novo piso da série histórica, iniciada em junho de 1996. Para a ACSP, decisão foi acertada e mostra que o Banco Central está preocupado com o nível de atividade econômica
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica de juros da economia) de 6% para 5,5% ao ano. Este é o segundo corte da taxa no atual ciclo, após um período de 16 meses de estabilidade. Com isso, a Selic está agora em um novo piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
Em meio à fraqueza da economia e aos índices controlados de inflação, a expectativa majoritária do mercado financeiro era de que a Selic passasse por um novo corte. De um total de 55 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperavam por um corte de 0,50 ponto, para 5,50% ao ano. Ao justificar a decisão, o BC avaliou que a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve ajuste no grau de estímulo monetário.
Para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central acertou ao reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 p.p., para 5,5% a.a.
Segundo Marcel Solimeo, economista da ACSP, o corte foi acertado e já era esperado, mostrando que o Copom está preocupado com o nível de atividade econômica que enfraqueceu.
Apesar da incerteza que predomina no cenário externo, o Copom se baseou na situação interna da economia, que mostra a inflação sob controle e retomada da atividade muito lenta que justificaria essa redução, afirma o economista.
"As condições para a redução da taxa de juros estão dadas tanto no campo monetário – com a inflação sob controle e dentro da meta – quanto no campo fiscal, com a aprovação da reforma da Previdência avançando. Esses fatores justificam plenamente esse processo de redução da taxa básica de juros”, explica.
Para o colegiado, o corte de 0,50 ponto é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2020. Ao mesmo tempo, o BC sinalizou que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo.
Ainda assim, o Copom novamente ponderou que essa avaliação não restringe a decisão na próxima reunião, marcada para os dias 29 e 30 de outubro. "Os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", reiterou o comunicado.
Solimeo avalia que o Copom pode promover novos cortes nas próximas reuniões, até que a taxa Selic chegue a 5% no fim do ano. "Mas é importante que essas reduções cheguem ao consumidor”, afirma.
CENÁRIO HÍBRIDO
No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2019 de 3,6% para 3,3%. No caso de 2020, a expectativa passou de 3,9% para 3,6%.
No cenário de referência, em que o BC utilizou nos cálculos uma Selic fixa a 6,00% e um dólar a R$ 4,05, a projeção para o IPCA em 2019 passou de 3,6% para 3,4%. No caso de 2020, o índice projetado se manteve em 3,6%.
Pela primeira vez, o comunicado da decisão do Copom também trouxe um cenário híbrido, com câmbio constante e taxa de juros conforme as expectativas do mercado, no relatório Focus. Nesse cenário, a inflação projetada para 2019 passou de 3,6% no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho para 3,4%.
Para 2020, a estimativa passou de 3,9% para 3,8%. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%), com meta de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00 a 5,00%).
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