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BC brasileiro surpreende e eleva a Selic a 11,25%...
Em decisão surpreendente, contrariando a expectativa generalizada no mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou ontem que elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 11,25% ao ano
Em decisão surpreendente, contrariando a expectativa generalizada no mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou ontem que elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 11,25% ao ano. Nessa primeira ação depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff – que alguns analistas mais consideraram um "recado" ao mercado –, a decisão não foi unânime: cinco diretores do BC, inclusive o presidente, Alexandre Tombini, votaram pela elevação, e três votaram pela manutenção em 11%.
“O aumento da taxa Selic revela que predominou, na reunião do Copom, a preocupação com a inflação, apesar do baixo nível da atividade econômica. Isso poderá contribuir para uma desaceleração ainda maior da atividade econômica”, afirmou o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogério Amato, que também é presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e presidente-interino da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil). “O que se espera, agora, é que o governo anuncie um ajuste fiscal crível e rigoroso que permita ao BC reduzir novamente os juros em sua próxima reunião”.
No comunicado que se seguiu à decisão, o BC avalia que seria oportuno ajustar as condições monetárias para garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016.
Apesar do marasmo da economia, pesou na decisão sobre os juros, segundo as primeiras análises de economistas, a tendência altista dos preços. A inflação oficial do País escapou do teto da meta de 6,5%: em 12 meses até setembro, o IPCA estava 6,75%. Há ainda uma expectativa de redução da taxa até o final do ano, mas a convergência para o centro da meta de 4,5%, como o próprio BC admite, só em 2016. O BC também deve ter incorporado em sua decisão a informação de que a política fiscal não tem contribuído para a administração da política monetária ao longo deste ano, com reflexos em 2015.
OLHO NO DÓLAR
Um fator que será fundamental para o BC nas próximas decisões de política monetária é o comportamento do dólar. Principalmente depois da decisão do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) de encerrar de vez seu programa de compra de ativos (leia abaixo). A medida é vista como prenúncio de uma próxima alta dos juros.
Do lado doméstico, a elevação da Selic se deu em meio a indefinições sobre a permanência dos membros do Copom em seus cargos, indefinição que deixa vários deles "incomodados" Apesar de haver um consenso no mercado sobre a permanência de Alexandre Tombini à frente do BC, aguarda-se a oficialização dessa expectativa pela presidente Dilma. Antes disso, é aguardado o nome de quem sucederá a Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Vale lembrar que o BC é subordinado à pasta e seu presidente deve dar satisfação ao ministro em casos como o de um possível descumprimento da meta de inflação, por exemplo – que pode ocorrer este ano.
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