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Profissionais precisam entender-se como um produto no mercado
Para a construção da identidade profissional, Edson Carli recomenda que as pessoas se conheçam melhor e, a partir disso, possam identificar em qual mercado podem oferecer o seu produto profissional
Vestir a máscara de um personagem no ambiente de trabalho e conseguir dissociar a vida pessoal da vida profissional é uma das recomendações do consultor da GDT, Edson Carli. “Todos temos um “eu” verdadeiro e um “eu” profissional, que é o conjunto de competências que você apresenta ao mercado. Para construí-lo é importante comportar-se como um fornecedor, entendendo que o mundo profissional é feito de clientes e eles que definem se pagam ou não pelo seu serviço”, afirma.
Ter a capacidade de separar esses dois “eus” verdadeiro, ajuda a ter maturidade para aceitar críticas. De acordo com o consultor, o personagem que se assume no ambiente corporativo pode ser criticado por todos, inclusive, por ele mesmo, que também deve estar disposto a mudar alguma postura profissional que não considere legal. “No ambiente pessoal e familiar, você é perfeito. Não merece críticas. No trabalho, imagine que o seu comportamento seja, por exemplo, o prato de um restaurante. Você serviu, a pessoa olhou e falou: gostei ou não gostei. O ‘não gostei’ significa voltar e refazer”, exemplifica.
Para a construção da identidade profissional, Edson Carli recomenda que as pessoas se conheçam melhor e, a partir disso, possam identificar em qual mercado podem oferecer o seu produto profissional. “Todo comportamento é válido em alguma circunstância. Às vezes a pessoa até já se conhece, mas ela considera determinada característica um defeito, que tem de ser escondido, guardado e não consegue enxergar que aquilo pode virar profissão. ”Ser chato, por exemplo, pode ser uma excelente característica para quem trabalha como analista de controle e qualidade", diz Edson.
Justamente por conta da variedade de talentos que um profissional tem a oferecer, Edson Carli acredita que não existe a carreira definitiva. “Nada impede que ele atue em várias áreas diferentes. Até porque as carreiras estão mais curtas”. O que existe, hoje em dia, é a adequação ao mercado de trabalho e a busca pelo sucesso, mas de acordo com Edson: “o grande segredo é que esse conceito de sucesso vai mudando. Aos dezoito anos, sucesso é uma coisa, aos 38 anos é outra e assim vai por toda a vida”.
Quando o profissional busca apenas o bom retorno financeiro, ele pode acabar abrindo mão de trabalhar com o que realmente gosta, mas Edson acredita que esses casos tendem a ser temporários. “Em determinada fase da vida, esse profissional vai acabar buscando fazer aquilo que realmente gosta. Se eu quero manter uma vida muito cara, terei que assumir uma posição de maior destaque, mas ela normalmente traz um estresse associado. E, para conseguir atingir o sucesso, no sentido de conquistar a felicidade profissional pode ser que seja necessário se adequar a um padrão de vida mais simples”, conclui.
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