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Pequeno empresário reduz otimismo, mas deve investir
Dentre os segmentos pesquisados, apenas investimento e empregados apresentaram melhora.
Pequenos e médios empresários estão menos otimistas em relação ao início de 2014, mas continuam dispostos a investir e fazer contratações. Essa é a principal constatação da pesquisa realizada pelo Insper, em parceria com o Santander. O Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN), em relação ao primeiro trimestre do ano que vem, ficou em 69,2 pontos, contra os 70,1 pontos registrados para o último período de 2013. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a queda foi de 5,8%.
O professor e pesquisador do Inper, José Luiz Rossi Junior, explica que, acima de 50 pontos, o índice ainda é considerado positivo, portanto "há uma queda, mas é uma perspectiva ainda de crescimento, embora menor".
Dentre os segmentos pesquisados, apenas investimento e empregados apresentaram melhora. O primeiro foi de 65,6 pontos, no último trimestre de 2013, para 67,8, no primeiro trimestre do ano que vem. Sobre empregados, a confiança foi de 60,7 pontos no fim deste ano, para 61,6 pontos no primeiro trimestre de 2014, o que mostra disposição das pequenas e médias empresas (PMEs) de fazer novas contratações. Na comparação com primeiro trimestre deste ano, as duas áreas sofreram compressão, de 10% para a de empregados e de 5,9% em investimentos.
Para o professor, isso acontece porque o empresariado espera um semestre com pressões pela queda de demanda e redução no faturamento, mas ainda precisa se preparar para a Copa do Mundo de 2014. "O que a gente vê é que o empresário está se preparando, ele tem essa perspectiva, mas ele vê que vai ser um trimestre duro. Os efeitos da Copa vêm apenas no segundo, terceiro trimestre. Nesse momento, ele vê uma demanda doméstica caindo", afirmou.
Com a perspectiva de necessidade de investimentos no começo do ano que vem, José Roberto Machado, diretor de oferta integrada do Santander, afirma que o banco já está se preparando para oferecer novos produtos. Ainda assim, Machado afirma que o fim deste ano foi marcado por uma desaceleração da demanda por crédito e que eles tentaram aproveitar o potencial de investimento. "Com a demanda um pouco menor, mas as empresas conseguindo manter certo faturamento, vemos uma perspectiva de captação de investimento".
A confiança dos empresários para o primeiro semestre do ano que vem, em comparação com o trimestre final de 2013, caiu 0,7% no que diz respeito à economia, ficando em 64,5 pontos. A confiança no próprio ramo de atuação ficou em 72,9 pontos (-2,9%); em relação ao faturamento, a pontuação foi 74,6 (-4,3%); já a perspectiva de lucro, registrou 73,8 pontos (-3,3%).
Na distinção por setor, indústria foi o único que apresentou ligeiro aumento na confiança, com a pontuação indo de 69,1 em relação ao último trimestre de 2013, para 69,6. Comércio viu a confiança das PMEs sofrer uma ligeira queda, indo de 69,9 para 68,8. Serviços também apresentou variação negativa, foi de 71,2 para 70,0 pontos.
José Luiz acredita que o resultado destoante da indústria pode estar relacionado com o comportamento cambial de desvalorização e questões sazonais, como na região Centro-Oeste com a safra agrícola. Em relação ao primeiro trimestre de 2013, o índice de confiança de todos os três setores diminuiu. As reduções foram de 5,3% na indústria, 5,5% no comércio e 6,1% em serviços.
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