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Saída de dólar é a maior para o mês desde 1998
Brasil tem a maior saída de dólares para o mês de agosto em 15 anos
O Brasil registrou em agosto o maior envio de dólares para o exterior em 2013 e o pior resultado para o mês desde 1998, último ano em que vigorou no País o sistema de câmbio fixo. Segundo o Banco Central (BC), a saída de recursos superou a entrada em US$ bilhões no mês passado. Ao mesmo tempo o governo promoveu a maior intervenção no mercado este ano, para tentar reduzir a oscilação nas cotações.
O dólar comercial acumula alta de 15,2% em 2013 e de 3,4% nos últimos 30 dias. Em setembro, está em queda. Ontem, a moeda recuou para R$ 2,356 (-0,1796). O dólar turismo fechou a R$ 2,48 (-0,52%).
De acordo com fontes do governo o que se viu em agosto não foi uma fuga de capital do País. A maior parte da saída de dinheiro esteve relacionada ao vencimento de dívidas de instituições financeiras no exterior. Os. bancos, segundo o governo, quitaram empréstimos tomados em 2011, quando precisaram de doláres para se ajustar a uma norma do BC que reduziu a , especulação com a moeda, em queda na época.
Como havia cobrança de imposto de 6% sobre dívidas externas de até dois anos, os bancos fizeram operações superiores a esse prazo, sendo que a maior parte" venceu e foi paga no mês passado.
Semana. Mais da metade do resultado negativo no mês se deve à movimentação de dinheiro na semana passada, quando a saída líquida foi de USS 3,1 bilhões, concentrada, principalmente, em operações financeiras. O valor inclui remessas de lucro, movimento com ações e títulos públicos e, principalmente, pagamentos de dívidas externas.
No sábado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que "eventuais saídas pontuais" de dólares são naturais e não representam mudança nas condições de financiamento, Ele disse ainda que, desde que a volatilidade cresceu, em meados de maio, observa-se fluxo positivo de investimento direto e alta da participação de estrangeiros na dívida pública.
Tombini também lembrou que 0 Brasil possui um "colchão" de mais de US$ 370 bilhões em reservas, o que permite agir para reduzir a volatilidade e os riscos durante a "transição na economia mundial" motivada pela recuperação dos Estados Unidos.
Nos oito primeiros meses ao ano, a entrada de dólares supera a saída em US$ 2,2 bilhões. Agosto foi o terceiro mês consecutivo de saída líquida de dinheiro. Em três meses, a perda de recursos foi de US$ 9,9 bilhões. Entre janeiro e maio, no entanto, entraram mais de US$ 12,1 bilhões.
Atuação. Para compensar parte da saída de dinheiro, o BC colocou no mercado US$ 4,1 bilhões por meio de empréstimos feitos com recursos das reservas no mês passado. Isso representa a maior atuação com moeda desde dezembro de 2012. Outra parte das remessas para fora do País foi feita com recursos das próprias instituições financeiras. A mudança no caixa dos bancos foi de quase US$ 6 bilhões no mês.
Em agosto, o BC também realizou uma série de leilões de contratos de câmbio (swap -operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro), com cerca de 11S$ 20 bilhões.
Somadas, as intervenções representam uma injeção de mais de US$5 50 bilhões este ano. O BC também anunciou que, até o fim de 2013, fará leilões de empréstimos e oferta de papéis que podem ultrapassar US$ 100 bilhões. Por semana, são oferecidos US$ 2 bilhões em contratos e US$ 1 bilhão em empréstimos de dólar.
Outro fator que pode trazer alívio para o câmbio é a questão dos bancos. Quando retêm dólares, como aconteceu entre maio e julho, se diz, no jargão do mercado de capitais, que as instituições financeiras estão "compradas" em moeda estrangeira. Com isso, lucram com a alta nas cotações.
As instituições financeiras estão agora na situação contrária, "vendidas" em US$ 4,2 bilhões, em que perdem com a desvalorização do real.
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