Notícias

Dólar e juros futuros retornam a nível pré-Fed

A dissipação do temor de uma antecipação da reversão da política de estímulos monetários dos Estados Unidos

A dissipação do temor de uma antecipação da reversão da política de estímulos monetários dos Estados Unidos e notícias positivas vindas da China trouxeram uma correção para os mercados locais de câmbio e juros futuros, que retornaram ontem para o patamar anterior à reunião do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Fomc), em 19 de junho. O dólar fechou em queda em relação ao real pelo terceiro pregão seguido, com recuo de 0,72%, para R$ 2,212. As taxas dos contratos futuros de juros também encerram o pregão em queda na BM&F.

Declarações de uma autoridade do banco central chinês, de que a alta das taxas de juros de curto prazo do país deve ser temporária e que o BC vai levá-las para um "intervalo razoável", trouxeram uma recuperação para as moedas de países emergentes.

No Brasil a queda do dólar foi mais acentuada em função do leilão de rolagem realizado ontem pelo Banco Central. A autoridade monetária conseguiu rolar 98% da oferta de US$ 3,33 bilhões em contratos de swap cambial (que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro) e que venceriam em 1º de julho, estendendo os prazos de vencimentos para 1º de outubro e 1º de novembro.

Ontem, depois do fechamento dos mercados, o BC anunciou a zeragem da alíquota de compulsório para a posição vendida de câmbio pelos bancos. Até então, os bancos tinham que recolher 60% de compulsório sobre o valor que excedesse US$ 3 bilhões ou o patrimônio de referência. A medida foi adotada pelo governo em janeiro de 2011, em um momento que havia grande fluxo de recursos para o Brasil e o mercado apostava na desvalorização do dólar frente ao real. O cenário hoje, no entanto, é de fortalecimento da moeda americana diante da redução dos estímulos monetários pelo Fed, lembra Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners. "O cenário hoje é outro, e não vejo uma queda do dólar em função dessa medida."

Os bancos estavam com posição comprada em dólar em US$ 4,473 bilhões no mercado à vista, e vem absorvendo basicamente o fluxo cambial.

Para Diego Donadio, estrategista do BNP Paribas, o alívio que se verificou ontem no mercado de câmbio em função de notícias positivas vindas da China não deve ser duradouro. O BNP Paribas prevê um câmbio de R$ 2,45 no fim do ano. "O Brasil sofre uma deterioração das contas externas e vai precisar de um câmbio mais desvalorizado para fazer esse ajuste", diz Donadio.

Notícias positivas do lado fiscal também contribuíram para reduzir o pessimismo no mercado local. O governo central registrou superávit primário de R$ 5,956 bilhões, ante R$ 1,785 bilhão no mesmo mês de 2012, melhor resultado para o período desde o início da série histórica em 1997.

O mercado de juros futuros aproveitou a diminuição da aversão global ao risco e os bons resultados fiscais para purgar os excessos cometidos ao longo da semana passada. Acompanhando a queda do dólar ante o real, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) recuaram na BM&F e voltaram a ser negociadas nos níveis anteriores ao encontro do Fomc, na semana passada.

Entre os contratos com vencimento mais curto, o com prazo em janeiro de 2014 encerrou a 8,94% (contra 9% de anteontem). Na terça-feira da semana passada (dia 18), véspera do anúncio da decisão do Fed, o contrato fechou a 8,97%. Entre os contratos mais longos, o DI de janeiro de 2017 tinha taxa de 10,85% (ante 11,06%), retornando também aos níveis do início da semana passada.

voltar

Links Úteis

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.7728 5.7737
Euro/Real Brasileiro 6.2748 6.2828
Atualizado em: 31/10/2024 10:22

Indicadores de inflação

07/2024 08/2024 09/2024
IGP-DI 0,83% 0,12% 1,03%
IGP-M 0,61% 0,29% 0,62%
INCC-DI 0,72% 0,70% 0,58%
INPC (IBGE) 0,26% -0,14% 0,48%
IPC (FIPE) 0,06% 0,18% 0,18%
IPC (FGV) 0,54% -0,16% 0,63%
IPCA (IBGE) 0,38% -0,02% 0,44%
IPCA-E (IBGE) 0,30% 0,19% 0,13%
IVAR (FGV) -0,18% 1,93% 0,33%