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O dólar contra a inflação

A avaliação sobre a postura do BC, de que agora o teto para o dólar está próximo de R$ 2,00, foi reforçada por uma nova intervenção da autoridade monetária ainda na manhã de ontem.

Preocupado com a inflação e sem espaço para subir os juros básicos (Selic), o Banco Central (BC) decidiu usar o dólar como âncora para amenizar as altas de preço em 2013. Para analistas, ficou claro, sobretudo depois da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que o governo precisa da moeda norte-americana cotada perto dos R$ 2,00. Acima desse nível, a meta de carestia perseguida pela autoridade monetária — 4,5% — estaria comprometida. 

A avaliação sobre a postura do BC, de que agora o teto para o dólar está próximo de R$ 2,00, foi reforçada por uma nova intervenção da autoridade monetária ainda na manhã de ontem. Por volta das 11h, a divisa norte-americana já apresentava recuo frente ao fechamento do pregão de sexta-feira. Mesmo assim, a instituição entrou no mercado e promoveu a rolagem de 37 mil contratos de swap cambial. Na prática, o Banco Central jogou US$ 1,8 bilhão no mercado, um volume que fez a queda da moeda se acentuar e fechar em baixa de 1,51%, cotada a R$ 2,001 na venda, a menor cotação desde 2 julho do ano passado, quando chegou a R$ 1,987. 

Na visão de Sidnei Nehme, economista e diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, o fraco desempenho da economia brasileira tem levado os estrangeiros a buscar investimentos em outros países, o que deve reduzir o fluxo para o Brasil. “A projeção do mercado para o fim do ano em R$ 2,07 parece distante da realidade possível, mas reproduz um alinhamento disciplinar dos agentes face à administração que vem sendo imposta pelo BC na formação do preço da moeda americana”, argumentou.

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