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Dólar inicia semana no maior preço desde 2009

A disparada da moeda americana ocorreu sem atuação do Banco Central

Dezembro começa com o dólar acima dos R$ 2,13, maior cotação desde maio de 2009, com o mercado prevendo novas altas na esteira da indefinição sobre o orçamento do governo americano em 2013 e da lenta recuperação econômica brasileira. A disparada da moeda americana ocorreu sem atuação do Banco Central, ao contrário do que ocorreu dia 23 de novembro, quando a autoridade monetária conteve a apreciação quando a divisa se aproximou de R$ 2,12.

Na sexta-feira, o dólar subiu 1,62%, maior alta desde junho, a R$ 2,131, cotação mais elevada desde 5 de maio de 2009. A expectativa entre operadores é que a moeda permaneça se valorizando nesta semana - uma queda viria apenas com intervenções do BC na ponta de venda.

"O PIB veio ruim e o mercado já fala em dólar a R$ 2,15. Está fácil puxar para cima. Só o BC entrando para segurar isso", disse André Ferreira, diretor da Futura Corretora. Para ele, nesta semana a situação será pior, uma vez que o prazo para resolução do "abismo fiscal" americano se reduz.

O economista de um banco estrangeiro disse que após muitos investidores terem de cobrir as apostas em uma Ptax mais baixa - na tradicional briga entre comprados e vendidos em derivativos cambiais cujos contratos para dezembro vencem hoje - a ideia de um dólar a R$ 2,40 no ano que vem "começa a soar muito mais interessante".

A alta do dólar se tornou perigosa, disse Tony Volpon, diretor-executivo e chefe de pesquisas para América Latina da Nomura Securities. Ele acredita que o dólar ainda deve subir mais no curto e médio prazos. Essa alta, porém, precisaria ocorrer de forma controlada, aos poucos, disse o executivo. "Ajustes abruptos acabam gerando mais incerteza e menos crescimento."

Já no mercado de juros o PIB do terceiro trimestre praticamente extinguiu a aposta em um aumento da Selic no ano que vem, enquanto cresceu o grupo de quem espera manutenção e até dos que admitem novo corte no custo do dinheiro. Para o estrategista para América Latina do BNP Paribas, Diego Donadio, o mercado considera agora que uma mudança na rota dos juros seria de queda da taxa, e não mais de alta. "Diante da postura do governo de fazer todo o possível para gerar crescimento, não tem como os agentes descartarem um novo corte de juros."

Para profissionais, se não houver sinais claros de que a economia avança mais em dezembro, vão crescer as apostas em novo corte da Selic em 2013. "Não acho que o juro cai na primeira reunião do Copom. O governo não deve dar o braço a torcer tão cedo. Mas pode acontecer na segunda ou terceira, caso a economia continue patinando", disse Octavio Vaz, sócio da Aquila Asset Management.

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