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Rico ou pobre, brasileiro prefere gastar com supérfluo a poupar

A informação faz parte de uma pesquisa que mostra que a população brasileira é muito mais propensa a gastar do que a poupar.

Do total de entrevistados no Brasil com renda inferior a US$ 1 mil, 62% disseram-se dispostos a comprar roupas ou tênis de marca nos próximos 12 meses, percentual maior do que o verificado nos demais países analisados.  Já entre os que ganham mais de US$ 2 mil, 64% afirmaram que comprarão esse tipo de produto, proporção também superior à verificada nas demais nações emergentes.

A informação faz parte de uma pesquisa que mostra que a população brasileira é muito mais propensa a gastar do que a poupar. Em um tópico chamado “Brasil, apetite para a vida”, o estudo do banco suíço afirma: “O quadro pintado para os consumidores brasileiros na nossa pesquisa coloca-os em posição diferente de muitos dos seus colegas de outros países. Gastos supérfluos estão muito mais presentes [no Brasil do que em outros emergentes] e espelham uma taxa de poupança relativamente baixa”.

O estudo constatou que os brasileiros poupam cerca de 10% do que ganha. Já os chineses guardam 31% da renda. Entre as nações analisadas, apenas o Egito tem uma poupança menor que o Brasil, de 7%.

O consumidor brasileiro se destaca também no mercado de automóveis: 68% dos entrevistados disseram ter planos de financiar um veículo nos próximos 12 meses, percentual maior do que nos demais países estudados. Em segundo lugar vem a Índia, onde 60% dos consumidores planejam comprar um carro a prazo.

O Credit Suisse notou que o consumidor brasileiro atualmente é o mais otimista entre os países pesquisados. Aqui, 63% das pessoas acreditam que sua situação financeira pessoal vai melhorar nos próximos 12 meses; 33% acham que ela tende a continuar como está e apenas 4% dizem que vai piorar.

Poupar ou gastar?

Para a economia de um país, tanto o consumo como a poupança são essenciais. Quando um trabalhador guarda seu dinheiro e o aplica no banco, este empresta para diversos tipos de clientes, entre eles empreendedores que investem, por exemplo, em inovação, em infraestrutura ou em outros segmentos que beneficiam o desenvolvimento do País. (É verdade, no entanto, que boa parte dos recursos que chegam aos bancos acaba sendo usada para comprar títulos públicos, ou seja, para financiar o governo e ajudá-lo a rolar a dívida, beneficiando, principalmente, investidores do setor financeiro.)

Mas só poupar não adianta. A China, por exemplo, tem uma taxa de poupança alta, como mostrou o Credit Suisse, o que lhe permite investir, por exemplo, em grandes obras de infraestrutura. Por outro lado, como a população gasta pouco, a indústria local precisa vender para o exterior se quiser se expandir, o que deixa a economia mais vulnerável a crises externas.

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